quarta-feira, 30 de março de 2011

Pão de Queijo


Pego o cigarro
Bato cinza, xinga a menina sem calcinha!
Reclamo da vizinha
Ligo pra amiga, cospo na pia

Pega o polvilho, bota o avental
Bate a massa e chama o Anestor
O neto com jeitinho de viado que me causa tanta dor
Espera em frente ao forno
Mando ele se catar que  ta quente

Vou var a novela
Me sento rente, eis ai meu ritual sagrado
O único que me sobrou depois da morte do Padre Pelajo
Sinto o cheiro da cozinha
Tá tudo com cheiro de queimado
Abro o forno; coloco na mesa e não como nada

Dona Joaquina


sexta-feira, 25 de março de 2011

A realidade

O vermelho falou
-Morte ao verde !!!
O verde retrucou
- Morte ao vermelho
E no norte os dois lutaram
Até que o grande monstro dos mares chegou e comeu os dois
Gosto bom da pior qualidade
A mistura o causou grande asco, e então o monstro regurgitou

A mescla das duas cores mostrou-se um veneno fatal
Matando a fera e a fazendo gritar
Daquela massa morta, em putrefação
Nem verde e nem vermelha
Nem leste e nem oeste
Nasceu a realidade em que vivemos

Lucas Mendes de Oliveira

Verdade?



                A verdade na nossa sociedade atual é  totalmente discutível, como Nietzsche escreveu em seu texto: ‘’ SOBRE VERDADE E MENTIRA NO SENTIDO EXTRA-MORAL’’ vemos que a sociedade nos impõe mentiras e nos faz crer que são verdades. Mikael Bakunin escreveu em seu livro: ‘’Deus e o Estado’’, sobre a importância da imposição de mentiras como meio de controle usado pelo estado.Muitas vezes dogmatizamos essa mentiras que n são muito mais normalmente coloridas do que a própria verdade.
                 O anarquista Prodhon afirmou no passado que ‘’toda propriedade é um roubo’’, logo se  todas essa terra são furtadas, e mesmo assim não são consideradas evidencias de um crime, - alguém deve estar mentindo nessa história -. E são tantas as falácias que nos cercam , que simplesmente não percebemos, a verdade é que somos enganados e mesmo assim estampamos um sorriso cheio de dentes podres.
                O grande pensador Karl Marx também fala sobre outra mentira em que nós vivemos, é o pior é que pagamos por ela. Em seu livro: ‘’Das Kapital’’, ele descreve o processo do ‘’Metabolisbo histórico social’’ onde apartir da ‘’mais-valia’’ somos feitos de ‘’trochas’’ por aqueles que são nosso patrões. Mas convenhamos a verdade é dura; feia; suja e triste. Então ficamos cada vez mais suscetíveis às mentiras .
                O texto de Nietzsche anteriormente citado logo acima, foi resumido poeticamente na música de Noel Rosa intitulada de  ‘’Filosofia’’, onde o grande sambista canta:
‘’Mas a filosofia hoje me auxilia 
  A viver indiferente assim
  Nesta prontidão sem fim
  Vou fingindo que sou rico
  Pra ninguém zombar de mim’’
Ou na frase do Cazuza onde ele diz que mentiras sinceras o interessavam. O mundo é maquiado para que seja mais fácil vender a felicidade e  também de controlar o outro.
                A publicidade tem um papel fundamental na construção dessas mentiras, em uma óptica Kantiana as propagandas se esforçam para nossa não existência, pois, ela nos priva de pensar. As mídias em geral vêem arquitetando uma verdadeira caverna de Platão, porque, assim fica bem mais fácil de nos abrigar a fazer algo contra o nosso gosto. As propagandas arquitetam mentiras tão engenhosas que realmente a verdade se torna muito mais chata e sem cor, do que aquela linda mentira.
                Utilizando-se de nossas vontade dionisíacas as propagandas nos obrigam a desejar coisas que são na verdade são inúteis para nossa vida. Muitas vezes ela nem se esforça em explicar exatamente o que é , o importante é que você precisa daquilo e sem isso você não conseguira viver.
                Para ilustrar a importância da mentira como meio de controle social vou parafrasear ás idéias de Hobbes e mesclá-las com a teoria da mentira em forma de um conto:
                Era uma vez em um lugar remoto e distante onde não havia diferenciação de poder entre os homens. Era um lugar pacífico e sem muitas intrigas, onde todos usavam do  cooperativismo para obter comida e alguns outros bens. Porém nesse local havia um homem chamado Malus que queria controlar a tudo e a todos.
                Mas nosso ‘’amigo’’ era franzino e só não era capaz de impor a obediência através da forca bruta. Logo ele arquitetou uma história sobe um monstro chamado de Leviatã. Tal fera era capaz de matar qualquer homem e triturar seus ossos com uma só mordida.
                E assim como um vírus essa idéia falca de Malus espalhou-se pela região , se tornando uma verdadeira epidemia. Os homens da cidade já não mais dormiam tranqüilos, já não mais se ajudavam através do cooperativismo, ficavam apenas em suas casas enfurnados com suas famílias. Então Malus propôs a cidade que montasse um exercito para combater o monstro. E assim foi feito.
                Em pouco tempo nosso vilão já possuía um esquadrão de homem fieis a ele. Então propôs que se erguesse um muro ao redor da cidade para protegê-la de qualquer fera. Não satisfeito criou outra mentira onde ele dizia que o homem é uma fera e sem alguém no controle haveria em breve uma chacina geral.  Os habitantes da cidade estavam em pânico com a guerra civil iminente, vendo aquela situação propicia Malus falou:
_ Se é pro bem geral da nação, eu serei aquela que vai organizar a nossa sociedade através de uma série de códigos chamados de lei e quem descumpridos será punido pelo meu exercito . Assim trarei a paz a nossa região. E em troca vou pedir parte de suas rendas para manter minha família e meu exercito.
E então foi ovacionado pela população , que não mais lembrava e nem temia o Leviatã, mas que agora temia uns aos outros.
(Malus em latim significa homem mau)
O problema é que todo o lugar tem seus Malus, e são tantos que cada vez mais fica difícil de diferenciar aquilo que é verdade e aquilo que é mentira. Normalmente essas falácias provocam o medo na população, o que dificulta o povo a duvidar, pois, mesmo pairando a dúvida grande parte das vezes pensamos é melhor não arriscar. E cada vez mais estamos nos ‘’encavernando’’ pelo governo.

Lucas Mendes de Oliveira

segunda-feira, 21 de março de 2011

Auto Retrato


Auto Retrato

Atravesso  a rua correndo
Não olho para os lados
E quando chego em casa me deságuo
Leio um livro, fumo um cigarro
Bebo uma cachaça

Eu sorrio porem sorrio muito
Mas também  como o Alemão já dizia
O sorriso é símbolo da compreensão
Por isso eu sorrio sempre
Estou apenas entendendo  minha tristeza
Entendendo a tristeza do mundo

E no final morremos
Cometemos a loucura de tentar ser normal
Procuramos pela psique saudável
Mesmo sabendo que vivemos em um mundo doentio
Descobrimos que o mundo é Dadaísta
E dormimos

Lucas Mendes de Oliveira

domingo, 20 de março de 2011

Viajem


Ele me abraçou
E até parece que ele roubou parte de mim
Mas a vida é assim
Felizmente pra pouco e infelizmente pra muitos

Agora ele está pra fora
Sentado em algum lugar, fazendo algo
E eu não posso ficar aqui parado tentando adivinhar
Pego um cigarro pra fumar
Arrumo uma razão pra caminhar, ai ver
Vou tentar viver

Lucas Mendes de Oliveira

quarta-feira, 16 de março de 2011

No mundo nao há


No mundo não ha
Paes na padaria, só tem
Não há
Oportunidade pra ninguém
Não há filosofia
Só se mata a alegria
De quem busca sempre, mas um pouco do que tem

No mundo há tristeza
Pra quem vive na certeza de não acordar amanham
E logo cedo o sol sai rasga minha pele puxa todos meus cabelos
Mostra o belo feio que sou

domingo, 13 de março de 2011


Nunca  ei de esquecer
Do carnaval em que eu conheci você
Nos falamos de Morais, e dos meus  vícios imorais
E como na vida arriscar mais

Mas agora o que faço eu da vida sem você
Você não me ensinou a te esquecer
Agora quero e peco  a todos
Conselhos para não parecer tão bobo

Nunca  ei de esquecer
Do carnaval em que eu conheci você
Nos falamos de Morais, e dos meus  vícios imorais
E como na vida arriscar mais

Agora os confetes foram já embora
E está no lixo as fantasias das escolas
Mas não consigo esquecer
E no martírio e pranto eu não posso mais viver

Lucas Mendes de Oliveira